Meu nome é Luiz Trentini e fui estudante da Esquema de setembro de 2010 a janeiro de 2011. Morei na cidade de Stamford, CT e minha família hospedeira era constituída de um casal e dois filhos (23 e 18 anos) mas apenas o filho mais velho morava com a gente. Eles tinham um labrador preto de 14 anos. Antes de viajar, enquanto conversava com amigos sobre o que seria o intercambio, descobri algumas frases escritas por Amyr Klink em seu livro Mar Sem Fim. O autor descreve exatamente algumas sensações de viajar. “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Como todos me diziam após minha volta ao Brasil, senti vontade de ficar lá por um ano. A experiência de morar fora, se adaptar a uma nova família, um novo colégio, uma nova cidade e uma nova cultura, foi simplesmente a coisa que eu mais gostei de fazer até agora. No começo é difícil, não tem como não falar disso. O tempo de adaptação demorou um pouco, até acostumar com um colégio totalmente diferente do que eu estava acostumado. Mas depois de certo tempo, já estava saindo com meus amigos lá. Mas o “sair” deles é completamente diferente
do nosso. Minha relação com minha família hospedeira era muito boa. Apesar de não ter um “irmão” da minha idade, eu me dava muito bem com eles. Me ajudavam sempre que eu precisava, me mostravam um pouco da cultura americana e me faziam sentir em casa. A cidade onde eu estava não era pequena e ficava a apenas 45 minutos de trem de New York entao minha família hospedeira me levou para lá algumas vezes. No final do ano começou a esfriar bastante, mas só nevou depois do Natal. Westhill High School era exatamente igual a um filme. Era bem diferente do meu colégio no Brasil, mas de um jeito muito bom. Não entrei para nenhum time, pois cheguei após as inscrições terem terminado e já estava no começo da temporada. Mas eu e meus amigos sempre íamos a jogos de football e soccer. No meu colégio tinha cinco brasileiros que conheci por acaso, já que o colégio era grande. As segundas feiras eu ia para o encontro de uma tropa escoteira na minha cidade. Tinha alguns amigos do meu colégio lá. A gente foi acampar algumas vezes, praticamos tiro
esportivo e fizemos uma caminhada de 7 milhas. O intercambio realmente é um programa muito bom, gostaria de ter ficado um ano, mas com certeza irei repetir o programa daqui alguns anos.